Homenageados 2013

Homenageados do Pernambuco em Dança 2013
Ubiracy Ferreira e Balé de Cultura Negra do Recife

Ubiracy Ferreira_Foto: Alcione Ferreira


Ubiracy Ferreira é o grande idealizador deste projeto - BACNARÉ, estimulando a divulgação da cultura, a pesquisa e a vivencia.

Professor, pesquisador de Folclore, diretor e coreógrafo aos 7 anos, no Xangô (Candomblé) comecou a entender a dança negra como religião.

Foi o culto aos ´´Orixás`` e ´´Juremeiros`` que despertou o interesse para estudar as origens das danças. 
“Para melhor me compreender, busquei também o Espiritismo tentando entender  as incorporações, sem deixar de cultuar os ´´Orixás``. No entanto a magia, o encantamento e o ingresso pratico da dança, começou muito cedo, quando nas festas natalinas e juninas ,já dançava pelo incentivo de minha avó Cândida.”
Ubiracy Ferreira

Aos 16 anos sem o vinculo tão pesado da religiosidade começou um trabalho comunitário no Alto do Pereirinha. Daí não parou mais.

Hoje com mais de 70 anos, adoentado, não se entrega, continua lutando, ensinando, transmitindo suas experiências e sonhando. Dedica ao meu filho Tiago, tudo que aprendeu nesta caminhada. “Hoje ele é meu braço forte, minha energia, um guerreiro lutador, que tenho certeza fará com que a historia do Bacnaré continue ainda por muitos e muitos anos.”




Balé de Cultura Negra do Recife e Ubiracy Ferreira_Foto: Paullo Allmeida


Em Novembro de 1985, nascia sob orientação do professor, pesquisador e coreógrafo Ubiracy Ferreira, o BACNARÉ, grupo que extrapola os limites da dança para incentivar nos seus integrantes o interesse pela pesquisa e o despertar de um conhecimento maior das suas raízes culturais.

Hoje tem uma existência digna, séria e de muito sucesso. Abrilhanta platéias do Recife e já mostrou a vários países da Europa, Ásia e América Latina, um Brasil que poucos tiveram oportunidade de ver.

A riqueza de suas manifestações culturais resultante da miscigenação da força das três raças (índia, negra e branca). Por onde passou deixou encantamento e um sentimento de admiração e respeito, por um trabalho sério e digno fazendo  todo o público que o assiste se contagiar e dançar com seu ritmo forte e vibrante
São jovens que brilham através da arte da dança.

No decorrer de todos estes anos em suas várias viagens internacionais, o BACNARÉ recebeu 160 prêmios sendo considerado um dos grupos brasileiros com maior número de prêmios internacionais.








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Homenageados do Pernambuco em Dança 2012


André Madureira

Iniciou suas atividades artísticas, profissionalmente, aos 15 anos de idade como coordenador do Programa de Auditório Gurilândia Show, na Rádio do Jornal do Commercio. Ele também foi produtor de televisão, em 1972, na TV Jornal, e, paralelamente, criou uma Cia. de Teatro Infantil, denominada Grupo Teatral Gente da Gente. No campo da dança, começou seus trabalhos de pesquisa com o grupo Circense de Dança Popular, em 1976, e, em seguida, convidado por Ariano Suassuna, fundou o Balé Popular do Recife no dia 20 de maio de 1977, no Teatro do Parque, na Boa Vista, na cidade do Recife. Com o Balé Popular do Recife, veio o reconhecimento e a valorização da cultura nordestina e, em particular, a pernambucana.

Em 1981, na Cidade de São Bernardo do Campo, André Madureira lança os princípios do Método de Dança Brasílica. Em 1983, criou a Escola Brasílica para formação de bailarinos, coreógrafos e pesquisadores da cultura nordestina. Em 1983, criou a Feira do Frevo na Casa da Cultura de Pernambuco e lançou a Cartilha do Frevo. Em 1987, criou o Balé Popular Infantil no qual apresentou, coreografou e dirigiu o espetáculo Brincadeiras de Roda e Estória e Canções de Ninar. Em 1994, lançou a Confraria da Dança Dramática com o espetáculo Opereta do Recife, que foi apresentado no Forte das Cinco Pontas, no Recife. Em 1991, criou o Balé Brasílica - Grupo Jovem do Balé Popular do Recife (este grupo fez muito sucesso com os espetáculos Baile do Menino Deus, que apresentou nove temporadas durante seus 15 anos de existência). Logo depois, remontou o espetáculo Oh! Linda Olinda!, seguido do espetáculo As Presepadas do Dr. Muncanga, em 1993, e O Romance da Nau Catarineta. O coreógrafo, em 2008, lançou o livro Alvíssaras Meu Povo. Já em 2009, recebeu o Título Ordem ao Mérito Cultural pelo Ministério da Cultural do Governo Federal.

Muitos espetáculos, que foram encenados pelo Balé Popular do Recife, são de sua autoria como Brincadeira de um circo em decadência, Prosopopéia – Um auto de guerreiro, Oh! Linda Olinda!, Nordeste – A Dança do Brasil, Brasílica – O Romance da Nau Catarineta e As andanças do Divino, que foi feito em comemoração aos 30 anos de existência do grupo. Atualmente, André Madureira é diretor-geral do Balé Popular do Recife e do Balé Brasílica, além de Patrono do Balé Brasil Brinquedo – Cia. Infantil do Balé Popular do Recife.



Balé Popular do Recife

Fundado em 1977, é um dos primeiros grupos profissionais de dança do Recife e o mais antigo e constante em atuação. O Balé Popular foi, na época de sua criação, formado por artistas e produtores que não têm formação técnica em dança, mas que se debruçam sobre os folguedos tradicionais para aprender e catalogar seus movimentos. A pesquisa liderada por André Madureira conta com o trabalho constante de Walmir Chagas, Ângela Fischer, Ana Madureira, Felipe Santiago, entre outros. Artisticamente falando, o grupo é o responsável pela formação do segmento de dança popular, ao estruturar uma pesquisa sobre os folguedos populares, catalogando, nomeando e recriando movimentos desses folguedos e, em seguida, difundir essas danças por meio dos seus espetáculos e cursos. A atuação do Balé Popular do Recife apresenta um repertório de movimentos da dança popular com riqueza nos figurinos e ressaltando aspectos de beleza visual. Isso ajuda a difundir essas danças junto à classe média e a estimular as práticas de valorização da cultura popular.

Nos seus três primeiros anos de existência, o Balé recebeu apoio da Prefeitura do Recife até que as mudanças políticas extinguiram o convênio. A partir de então, o grupo estrutura estratégias para sua manutenção, participando de festivais e circulando pelo Sul e Sudeste do País. O Balé Popular do Recife já levou a arte local aos cinco continentes, passando por países como, por exemplo, Canadá, Estados Unidos, Cuba, Peru, Argentina, Espanha, França, Portugal, Israel, China, Costa do Marfim, Holanda, Alemanha e Venezuela. O sucesso fora do Estado ajuda o Balé Popular a se estabelecer como referência da cultura local, atuando em praticamente todos os eventos turísticos da cidade. Durante a década de 1980, o grupo consegue manter três elencos: o em formação, o que viaja e o do Centro de Convenções (Cecon), totalizando 72 bailarinos.